Universo e Finitude

           No Renascimento, o filósofo Giordano Bruno foi condenado à fogueira pela Inquisição por afirmar que o universo era infinito, já que suas ideias não coincidiam com as concepções bíblicas e religiosas da época.

          Quando no século XX, o astrônomo Huble descobriu que as estrelas que vemos no céu pertencem a uma única galáxia (a Via-Láctea), e que há trilhões de outras galáxias no universo, e que elas se afastam uma das outras, devido ao desvio para o vermelho que a análise da luz emitida por elas apresenta depois de decompostas num prisma, teve de concluir que o universo está em expansão. Percebeu ainda que as galáxias se afastam em velocidades crescentes, e que na galáxias mais próximas predominam estrelas velhas e nas mais distantes estrelas mais jovens. Porém, considerando que a luz das estrelas das galáxias mais próximas levaram menos tempo para chegar até nós, e que a luz das estrelas das galáxias mais distantes levaram mais tempo para chegar até nós, e considerando suas distâncias e a idade de suas estrelas, Huble concluiu que todas começaram a fugir num mesmo momento, levando à teoria do Big Bang, ou seja, a um início de todo o tempo, espaço e matéria que compõem o nosso universo.

          Aí surgiram diferentes cientistas tentando explicar este instante de início ou de “criação”, como quereriam os crentes num Deus Criador, até que Guth conseguiu, com sua teoria da inflação, explicar como um universo, ao início de espaço menor que um átomo, pode, em pouco tempo, dar origem a um universo com as imensas dimensões que apresenta hoje. Porém, mesmo imenso, este universo expandido e inflacionado não seria infinito, teria fim mesmo sendo ilimitado.